#TrumpMonstro
A maior democracia do mundo não pode mais ostentar este título.
Não dá para comer o bolo e ficar com o bolo. É o que aconteceu depois da entrada em vigor da política migratória de Trump “tolerância zero”. Inacreditavelmente, quase 2.000 menores de idade foram separados de seus pais ou tutores nas últimas seis semanas, de acordo com o próprio governo americano. E os números só tendem a crescer apesar da indignação americana e mundial. A Associação Americana de Pediatria, descreveu a política como um “abuso a menores permitido pelo governo”, que pode provocar “danos irreparáveis, com consequências pelo resto da vida”. Até a primeira dama se indignou: “precisamos ser um país que respeita as leis, mas também um país que governa com o coração”. Indignação!
Desde 2011, 306 mil crianças sírias nasceram como refugiadas, aponta Unicef.
Amanhã comemoramos o Dia Mundial do Refugiado.
O que comemoramos?
A energia, a resistência, a coragem e a perseverança de milhões de refugiados. É muita tenacidade e bravura!
O que não comemoramos?
No Mundo: 68,5 milhões de pessoas deslocadas, em 2017
53% dos deslocadas são crianças
25,4 milhões cruzaram fronteiras e se tornaram refugiados
No Brasil*: 10.100 refugiados, 35% são sírios
5.100 sem registro ativo
52% moram em São Paulo, maioria é de sírios
17% no Rio de Janeiro e 8% no Paraná.
33.866 solicitaram refúgio, em 2017
17.865 são de venezuelanos
A ACNUR abre nesta quarta-feira, dia 20, a exposição fotográfica “Faces do Refúgio”, no Conjunto Nacional, SP. Se você se interessa, vai haver uma roda de conversa, gratuita “Refúgio: Uma jornada forçada em busca de um horizonte seguro”, às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.
Infelizmente, os números são recordes e estão em ascendência. É preciso mais consciência e mais debates para trazer este complexo problema à luz da população mundial e dos governantes, que ainda tentam tapar o sol com a peneira.
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Exposição Faces do Refúgio, 20 de junho Conjunto Nacional, São Paulo, SP
Notas:
Veja a terminologia usada pela ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados:
Refugiado: pessoa que foi forçada a deixar seu país de origem e requer “proteção internacional” devido ao risco de violência ou perseguição caso voltasse para casa. Isso inclui pessoas que fogem de guerras. O termo tem suas raízes em instrumentos legais internacionais, notadamente a Convenção de Refugiados de 1951, o Protocolo de 1967 e a Convenção de 1969 da Organização da Unidade Africana (OUA). Uma pessoa pode obter o status de refugiado solicitando-o individualmente. Em casos de grande afluência, o status pode ser concedido “prima facie” (imediatamente). Os refugiados não podem regressar ao seu país de origem, a menos que seja estritamente um retorno voluntário.
Solicitante de refúgio: pessoa que solicitou individualmente o status de refugiado e está aguardando o resultado de seu parecer. Os solicitantes de refúgio recebem “proteção internacional” enquanto suas solicitações estão sendo avaliadas e, assim como os refugiados, não podem voltar para casa, a menos que seja um retorno voluntário.
Pessoa internamente deslocada: deslocados internos, geralmente conhecidos pela sigla IDP, são pessoas que foram forçadas a deixar suas casas para ir a outro lugar em seu próprio país, em busca de proteção e segurança.
Apátrida: pessoa que não tem nacionalidade de nenhum país e, consequentemente, carece dos direitos humanos e do acesso aos serviços daqueles que têm cidadania. É possível ser apátrida e refugiado simultaneamente.
* Dados do Ministério da Justiça, 3ª edição do relatório Refúgio em Números.
* UNHCR ACNUR: ou refugeesmigrants.un.org
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