Minúsculas capsulas eletrônicas que podem ser ingeridas estão se tornando um eficiente substituto para ministrar medicações ou evitar procedimentos invasivos como a colonoscopia, mas o problema é como alimentar essas baterias. Baterias que podem ser engolidas já estão sendo desenvolvidas, mas agora os pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) descobriram como esses aparelhinhos eletrônicos podem ser alimentados pelos ácidos de nosso estômago, criando uma alternativa muito mais barata e segura que outras fontes de energia.
Os autores do novo estudo, Giovanni Traverso e Robert Langer, haviam desenvolvido um sistema de administração de medicamentos que se abria dentro do estômago como uma estrela que, pouco a pouco, durante semanas, ia liberando a medicação vagarosamente. E desenvolveram um sensor do tamanho de uma pílula que monitorava os batimentos do coração e a respiração do paciente pelo lado de dentro do corpo. O problema é que esses sensores são movidos a energia e baterias normais vencem depois de um tempo, e também contém substâncias químicas que ninguém gostaria que vazasse dentro do seu corpo.
“Precisamos achar um jeito de alimentar esses sistemas ingeríveis por um tempo mais longo,” diz Traverso. Considerando que muitas baterias usam ácido para funcionar, por que não aproveitar toda a acidez do estômago? Um simples experimento numa aula de ciência pode demonstrar que inserindo uma peca de zinco e outra de cobre num limão usando um limão, o ácido cítrico pode agir como um eletrólito e conduzir a corrente entre os 2 metais, como eletrodos. A energia gerada é suficiente para funcionar um LED.
Os pesquisadores usaram esse princípio para produzir uma dispositivo ingerível que continha um sensor de temperatura e um transmissor de 900 MHz. Como o limão, o ácido gástrico conduz a corrente elétrica do zinco para o cobre e alimenta o dispositivo, que, ao ser testado em porcos, conseguiu medir a temperatura e enviar as medições, sem fio, a cada 12 segundos, para um receptor a 2 metros de distância.
Anantha Chandrakasan, autora desse estudo diz “Este trabalho nos permite vislumbrar novos dispositivos médicos nos quais o próprio corpo vai gerar energia contribuindo para um sistema autoalimentado.”
“Podemos ter uma pílula que se auto alimenta e poderá monitorar seus sinais vitais de dentro do próprio corpo por duas semanas e você nem precisa pensar no assunto”, diz o outro autor Philip Nadeau. “A pílula só fica ali fazendo cálculos e enviando as medições para seu Iphone.”
A pesquisa foi publicada no periódico Nature Biomedical Engineering. Este artigo foi traduzido livremente por mim e é um resumo do artigo original publicado por Michael Irving, em 7 de fevereiro de 2017: http://newatlas.com/mit-stomach-acid-powered-battery/47771
Fonte: MIT
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