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A segunda causa de mortes entre os jovens são os suicídios

O aumento dos suicídios entre os jovens é alarmante. A primeira causa de mortes entre os jovens da Geração Z (em 2020, entre 11 e 23 anos) e Millennials (entre 24 e 39 anos) são os acidentes e a segunda, são os suicídios – segundo o CDC (Centro de controle de Doenças e Prevenção).

A patinadora Katia se suicidou aos 20 anos

Na semana passada, 14 de agosto, a patinadora russa-australiana, de apenas 20 anos, Ekaterina Alexandrovskaya, se suicidou, se jogando de uma janela.

Katia, como era conhecida, patinava desde os 4 anos de idade e foi diagnosticada recentemente com epilepsia. Deixou o esporte neste janeiro e, segundo uma amiga, estava lutando com o isolamento da pandemia e pasmem: ‘forçada a trabalhar num clube de striptease para sobreviver”. Que tristeza, imaginem a dor desta menina!

Índices de suicídio continuam aumentando

Infelizmente, não é caso isolado. Vejam alguns números americanos e brasileiros:
– Índice de suicídio entre 10 e 24 anos aumentou 56% entre 2007 e 2017 (CDC).
– Entre 10 e 14 anos, o índice triplicou entre 2007 e 2017, após anos de declínio.

No Brasil, também é a 2ª principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, após os acidentes de carro.

O estudo ainda aponta que apesar dos índices também terem aumentado entre os Millennials, a Geração Zê é a que mais está em risco de padecer de doenças mentais.

O papel das redes sociais

Muitos artigos rápida e superficialmente culpam o tempo passado nas redes sociais. Veja como podemos aprofundar um pouco mais. Um estudo editado pela Elsevier Preventive Medicine Reports, “indica que as chances de um diagnóstico de depressão ou ansiedade dobram em jovens que passam 7 horas ou mais por dia diante dessas telas” – comparados com aqueles que gastam somente 1 hora.

“Não quer dizer que as redes provocam os transtornos, mas que um tempo tão longo de conexão – e de isolamento – pode ser um sinal de problemas.”

Inspirar jovens a diversificar atividades

Fico pensando se a pandemia está estreitando o relacionamento familiar, ou isolando ainda mais esses jovens.

Tempos muito difíceis, e que nos impõem um olhar atencioso e bem lá dentro dos olhos destas crianças e jovens. Um olhar que diga: EU TE VEJO. Um olhar de conexão intenso e profundo. Pode ser rápido, mas está ali, existiu.

Gravei vídeos e escrevi sobre a relação de adultos e jovens nas Novas Famílias, em 2018. Um dos assuntos abordados é exatamente o aumento dos suicídios entre os jovens. Coloquei um dos vídeos abaixo. E você pode acessar todos vídeos desta série, aqui: Fuja dos Iguais.

Setembro Amarelo

Desde 2003, a OMS instituiu o SETEMBRO AMARELO, campanha realizada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) para incentivar a conversa sobre o suicídio para a sociedade, em geral, e sobre o aumento do suicídio e transtornos mentais entre jovens.

Segundo o CVV, são 12 mil suicídios no Brasil e mais de 1 milhão no mundo, com  aumento de casos entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. E mais de 50% das pessoas que cometeram suicídio nunca se consultaram com um profissional de saúde mental durante a vida. Assistam a mensagem do Dr Drauzio Varella.

O sucesso da série Euphoria da HBO

Ontem, a protagonista da série Euphoria foi Trending Topics no Twitter, depois no anúncio da nova temporada da HBO. No centro da série, os conflitos da Geração Z: sexo, drogas, rejeição, automutilação (cortes, queimaduras), bullying, identidade, família, sexualidade, gravidez e aborto.

Automutilação e autolesão e suicídios

Chamou minha atenção a subnotificação dos casos de autolesão descritos no artigo “Aumento de suicídio entre jovens no Brasil motiva plano nacional de prevenção.”
A taxa de suicídios a cada 100 mil habitantes aumentou 7% no Brasil, nos últimos 6 anos – e no mundo caiu 9,8%!! (OMS 2019).

Atualize-se: suicídio não é problema de ricos

O aumento do suicídio entre jovens, ao contrário da crença popular aumenta nos países pobres. Não é problema de país rico, com exceção da Coreia do Sul.

É um tema cruel, espinhoso, que mexe com tantos tabus. Sim, precisamos falar mais sobre suicídios. Não será varrendo pra baixo do tapete que esse mega problemaço vai escafeder-se.

EU TE VEJO, SIM. 

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