Beia Carvalho na palestra “E Agora, Agronegócio?”, no SAP Forum 2018.
Você já imaginou um mundo sem cores?
Imagine a Europa nos primeiros anos de 1500. Era um mundo bege. Chato, sem graça. “Bege nem é uma cor”, diz Jeff Goldblum, no lançamento do comercial de TV do iMac, em 1998.
Essa é a abertura da minha palestra sobre as incríveis oportunidades de inovação no Agronegócio brasileiro.
Mas o que uma palestrante futurista tem a ver com o Agronegócio? Tudo!
Na palestra exploro a TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO.
Então, o que o Brasil tem a ver com colorir o mundo?
Bem, se você pensar em cor como alegria, carnaval, biquínis e caipirinhas, sim, nós fazemos o mundo ficar muito mais colorido, rs. Mas, vamos voltar ao mundo bege do início do ano 1.500. As primeiras naus portuguesas que chegaram ao Brasil, 8 anos depois de Colombo ter descoberto a América, voltaram para Portugal, não cheias de ouro, mas abarrotadas de uma madeira chamada Pau-Brasil, possivelmente de onde recebemos o nome de Brasil.
A Infanta Margarida, de Velázquez, 1656. O Cardeal, de Rafael, 1510.
O Pau-Brasil tinha alto valor comercial, não por ser algo de comer – como a pimenta do reino ou a canela trazidas da Índia -, mas porque essa madeira era transformada num corante vermelho chocante e vibrante, para a grande alegria dos nobres das Cortes, do Clero e dos privilegiados que podiam se dar ao luxo de passear pela Europa em roupas de um vermelho radiante!
Beia Carvalho falou sobre Agronegócio, Inovação e Agrotechs no SMWSP e SAP Forum 2018
Estreei em setembro de 2018 a palestra no SMWSP 2018 (Social Media Week São Paulo, a maior conferência de mídias sociais da América Latina) e no SAP Forum (maior evento de tecnologia e negócios da América Latina e 2º maior evento da SAP no mundo). Imaginem só a pilha de nervos e a responsabilidade!
Todo o esforço em desenvolver um novo tema, tão estrangeiro a essa futurista urbana, está sendo recompensado com contratações, entrevistas na revista Dinheiro Rural e no Canal AgroPapo, que pode ser assistido aqui abaixo.
Beia Carvalho entrevistada pelo jornalista Fabio Moutinho na Revista Dinheiro Rural
Beia Carvalho entrevistada pelo jornalista Fabio Moutinho na Revista Dinheiro Rural
Na palestra, passo rapidamente por todos os ciclos econômicos brasileiros. Do Pau-Brasil, nossa primeira commodity para exportação, seguida da borracha, cana-de-açúcar, cacau, café – até chegarmos no impressionante recorde de 117 milhões de toneladas de grãos de soja, o recorde mundial atingido em 2018.
A transformação digital do campo
E como foi possível passarmos os EUA e nos tornamos o maior produtor de soja? Bem, as razões são muitas, uma delas é, sem dúvida, a Transformação Digital do campo. A segunda, de grande valor para o mundo, é que o Brasil ainda tem 12% mais de áreas para expandir o agronegócio. Note que os EUA e a Europa estão usando o máximo de suas terras aráveis.
Digo que só estas 2 razões já são de grande valor para qualquer um, em qualquer lugar, interessado em avanços tecnológicos e inovação para alimentar uma potencial população global de 10 bilhões de pessoas até 2050. Pense que é um salto Isso de quase 3 bilhões de seres humanos para serem alimentados, daqui a apenas 30 anos! Haja soja! Soja e girassol, inclusive para as inovações de proteínas sem vaca, como os hambúrgueres sem carne animal da startup Beyond Burger, que já vendeu mais de 11 milhões de hambúrgueres de girassol e soja em apenas 2 anos. Fundada em 2016, recebeu investimento de Bill Gates e Tyson Foods, estão em 25.000 lojas nos EUA, incluindo Walmart.
A fazenda inteligente agora é controlada por iPhone. Tem drones que usam Inteligência Artificial para pulverizar pesticidas, mas não na fazenda toda, mas só na áreas onde as pragas atacaram. A fazenda inteligente tem tratores, o solo e rebanhos movidos a IoT (Internet das Coisas). E tecnologia de computação em nuvem para compensar os erros humanos.
Enquanto estamos conversando, quase 800 AgroTechs, as startups do agronegócio, estão disputando um lugarzinho dessa nova fronteira brasileira e 70% delas foram fundadas nos últimos 2 anos.
E você? Não vai tirar uma casquinha?
Quem quer tirar uma casquinha desse mercado e contribuir para alimentar a população mundial?
Quais são as inovações que vão contribuir para alimentar a população mundial que terá 10 bilhões de pessoas em 2050? As novas AgroTechs vão abortar o uso de pesticidas, das sementes transgênicas ou dos hormônios femininos, usados hoje para melhorar as plantações, leite e a produção de carne?
Se você está pronto, comece a fuçar, a estudar, a se aprofundar. Porque há muito para ser feito para melhorar o solo, mudar a genética da semente, monitorar gado, refinar a pulverização de pesticidas, repensar financiamento, comercialização e logística. E atacar um dos mercados que mais crescem no mundo todo: as commodities premium.
Brasil, a última bolacha do pacote, agora em Full Digital Transformation Mode.
A gente também fala com os gringos.
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