Para além do verniz de inovação, escolas têm de investir em mudar o centro do processo de ensino-aprendizagem e, assim, desenvolver a criticidade dos alunos, diz a futurista Beia de Carvalho.
Mas por que questionar e criticar é cada dia mais importante? Por que a escola precisa mudar? Segundo Beia, estamos em trânsito para a nova era – e a escola deve preparar os mais jovens para essa realidade.
Claro que a mudança tem certas dificuldades. “Quando se está em trânsito, o sentimento é de insegurança, porque você não está em casa nem no seu destino. Quanto mais resistência houver, mais o ser humano estica esse trânsito, mas nada aborta chegada da nova era”, afirmou.
Um exemplo clássico de resistência é o uso de telefones celulares. No começo, era comum as pessoas dizerem que não precisavam de celular, as empresas proibirem os funcionários de usar. Não importa por quanto tempo se resistiu, hoje praticamente todos aderiram.
Mas qual é a grande diferença entre a era passada e a próxima, a tal “era da cognição”? De acordo com Beia, a do passado era linear, com mudanças de degrau por degrau, de forma compassada. Na nova era, as mudanças serão exponenciais, por saltos. “Depois de um salto, vem o salto em cima do salto, nos deixando atônitos”, afirmou.
Essa nova era em que o mundo entra ainda não ganhou um nome oficial. Beia gosta de usar o termo “era da cognição”, algo que mostra que educação é um ponto nevrálgico. “Hoje no Brasil ela está atrasada e ineficiente, mas a educação está sendo rediscutida mesmo nos países de excelência. Em um mundo complexo, você precisa de talentos para resolver problemas complexos de forma simples. Pessoas críticas, questionadoras vão ser valorizadas”, disse.
A educação atual é linear, baseada no que a sociedade precisava numa era de revolução industrial. “Tudo tinha que ser igual, o mais padronizado possível. O que a gente menos precisa no mundo hoje são pessoas iguais. Só a diversidade traz inovação”, afirmou a futurista.
Aparentemente é simples, mas quem trabalha na área sabe bem que não é assim. A nova educação tem que ser experimental e, portanto, é repleta de incertezas, avalia Beia: “Os pais querem uma educação moderna, para o século 21, mas querem manter as certezas do passado, pedindo conteúdos, provas. A mudança é necessária para todos nós”.
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